quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Variante em dó menor do livro de Gênesis:

DEUS CRIOU O BURRO E DISSE:

* Trabalharás incansavelmente, de sol a sol, carregando fardo no lombo. Comerás capim, não terás inteligência alguma e viverás 60 ANOS. SERÁS BURRO.

O BURRO RESPONDEU:

* Serei burro, mas viver 60 ANOS é muito, Senhor. Dá-me apenas 30 ANOS.

E Deus lhe deu 30 anos de vida

DEUS CRIOU O CACHORRO E DISSE:

* Vigiarás a casa do Homem e serás seu melhor amigo. Comerás os ossos que ele te jogar e viverás 20 ANOS. SERÁS CACHORRO.

O CACHORRO RESPONDEU:

* Senhor, comerei ossos, mas viver 20 ANOS é muito. Dá-me 10 ANOS.

E Deus lhe deu 10 anos de vida.

DEUS CRIOU O MACACO E DISSE:

* Pularás de galho em galho, fazendo macaquices, serás divertido e viverás 20 ANOS. SERÁS MACACO.
O MACACO RESPONDEU:
* Senhor, farei macaquices engraçadas, mas viver 20 ANOS é muito. Dá-me apenas 10 ANOS.
E Deus lhe deu 10 anos de vida.

DEUS CRIOU O HOMEM E DISSE:
* Serás o único ser racional sobre a face da Terra, usarás tua inteligência para te sobrepores aos demais animais e à Natureza. Dominarás o Mundo e viverás 30 ANOS.

O HOMEM RESPONDEU:

* Senhor, serei o mais inteligente dos animais, mas viver 30 ANOS é muito pouco. Dá-me os 30 ANOS que o BURRO rejeitou, os 10 ANOS que o CACHORRO não quis, e também os 10 ANOS que o MACACO dispensou.

E ASSIM DEUS FEZ O HOMEM E DISSE:

* Está bem... Viverás 30 ANOS como HOMEM. Casarás e passarás a viver 30 ANOS como BURRO, trabalhando para pagar as contas e carregando fardos. Serás aposentado pelo INSS, vivendo 10 ANOS como CACHORRO, vigiando a casa. E depois ficarás velho e viverás mais 10 ANOS como MACACO, pulando de casa em casa, de um filho para outro, e fazendo macaquices para divertir os NETOS.

Pediu, tá pedido!










sábado, 20 de fevereiro de 2010

Ah, o amor...

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já foi coberto de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Luís de Camões